Mulheres Apaixonadas: novela tratou temas polêmicos para a época que foi lançada

Assim como alguns filmes e séries, novelas também buscam se inspirar na realidade para debater em suas tramas os mais diferentes assuntos e tabus da sociedade, conseguindo até mesmo trazer visibilidade para muitos assuntos que acabam nunca sendo debatidos ou mesmo vistos.

E a novela de sucesso de 2003, Mulheres Apaixonadas, criada por Manoel Carlos, foi uma destas produções contestadoras. Em sua trama, a novela abordou diversos assuntos sensíveis, que inclusive estavam bem à frente de seu tempo, sendo considerados tabus na época.

A novela apresentou em sua trama cenas fortes de maus tratos contra idosos e violência doméstica, que acabaram até mesmo influenciando a criação de leis no país. Além disso, a novela mostrou um dos primeiros casais lésbicos da TV brasileira e tratou o tema de forma bem aberta para a época.

Conheça agora as principais polêmicas presentes na trama de Mulheres Apaixonadas:

• Violência doméstica

O casal formado pela professora de educação física Raquel (Helena Ranaldi) e seu marido, Marcos (Dan Stulbach), protagonizaram momentos tensos da novela, em que o homem a agredia violentamente, utilizando até mesmo uma raquete de tênis, o que chocou muito o público.

Com o grande rebuliço causado pelo assunto trazido na novela, ela teve teve grande influência na criação da Lei Maria da Penha.

• Maus tratos a idosos

A personagem Dóris (Regiane Alves) também se tornou muito polêmica, pois se fazia de boa moça na frente da família, mas maltratava seus avós, Leopoldo (Oswaldo Louzada) e Flora (Carmem Silva). A personagem praticava abuso psicológico constante, além de ameaçar e roubar os avós.

O assunto abordado na trama se tornou tão importante que os direitos dos idosos começaram a ser discutidos na vida real, o que influenciou na aprovação do Estatuto do Idoso no Brasil.

• Alcoolismo

Apesar de atualmente o alcoolismo ser entendido como um problema real, ele já foi muito minimizado na sociedade. Mas sua exposição na novela, como um problema enfrentado pela professora Santana (Vera Holtz), fez com que muitas pessoas percebessem a gravidade do problema.

• Romance lésbico

Na época da primeira exibição da novela, praticamente não se falava sobre relacionamentos LGBTQIA+ na televisão. Apesar de casais lésbicos já terem sido apresentados em outras produções, eles foram altamente criticados pelo público.

Porém, a forma com que a relação de Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picareli) foi apresentada, acabou conquistando a aceitação das audiências, apesar de a maioria das pessoas não querer ver um beijo entre o casal na época. Mesmo assim, a aceitação foi maior e trouxe o tema à tona em novelas.

Mais sobre Mulheres Apaixonadas

Uma crônica urbana e realista sobre as relações familiares, Mulheres Apaixonadas é centrada na história de Helena, uma professora de história e diretora de um colégio que pertence ao marido, Téo e à cunhada, Lorena. Téo e Helena são casados há 15 anos e ela se demonstra uma mulher bastante confiante e segura.

Porém, quando uma paixão do passado reaparece, ela começa a se questionar com diversas dúvidas quanto à sua felicidade. A novela também acompanha outros núcleos que possuem relação com a vida da professora e que possuem histórias interessantíssimas de vida.

Mulheres Apaixonadas está sendo reexibida na TV Globo através do programa Vale a Pena Ver de Novo, mas também pode ser assistida através do Globoplay.