Música de protesto em Israel é um dos hinos contra a ditadura no Brasil

A ditadura militar no Brasil teve início em 1964 e durou até 1985, onde os militares estiveram sob o comando do país e muitas pessoas sofreram com o regime, alguns perderam parentes, foram torturados e até mesmo proibidos de ter acesso à cultura.

Em Israel, está acontecendo protestos contra as reformas do sistema judiciário que tem tentado concretizar o governo de Benjamin Netanyahu e nessas ações os manifestantes estão utilizando uma música do compositor e cantor brasileiro Geraldo Vandré, “Pra não dizer que não falei das flores”, que foi considerada um dos hinos contra a ditadura militar no Brasil.

A versão em hebraico foi escrita pelo ator Shalom Korem e é intitulada de “Você não quer uma omissão como Yom Kippur”, tendo a seguinte letra em sua composição:

Manifestando e cantando/a música certa
A gente não quer que um cara corrupto/permaneça no poder
Ashkenazim, Mizrahim
Tanto na aldeia como na cidade
Manifestando e cantando
Com a garganta cheia
Vamos sair juntos
Porque nós decidimos
Nós não queremos
Outra omissão como Yom Kippur
Os olhos devem ser mantidos abertos
Vamos encarar a verdade
Se não agirmos agora
A ditadura vai assumir

O ator israelense conheceu a música de Vandré quando foi enviado ao Brasil para trabalhar durante a ditadura vivida no país, segundo informações do Instituto Brasil-Israel. Assim, Shalom Korem se inspirou para se manifestar contra o atual governo de Israel.

Música de Geraldo Vandré

A música original, “Pra não dizer que não falei das flores”, composta e cantada pelo artista brasileiro Geraldo Vandré é a seguinte:

“Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos, há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas, marchando
Indecisos cordões

Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer”

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.