Som da Liberdade: por que filme está tendo controvérsias entre esquerda e direita?

Em meio ao lançamento do fenômeno “Barbenheimmer”, um sucesso silencioso passou a fazer muito barulho. Som da Liberdade estreou no dia 4 de julho nos Estados Unidos, e agora, quase três meses depois, chega aos cinemas brasileiros com o selo de aprovação da política de direita norte-americana.

Desde que foi lançado, o longa estrelado por Jim Caviezel foi exaltado por grandes figuras dos Estados Unidos, como o ex-presidente Donald Trump, o bilionário Elon Musk e o polêmico cineasta Mel Gibson. Mais do que isso, o filme foi ligado a diversas teorias da conspiração associadas com a direita estadunidense, em especial o movimento QAnon.

Embora a distribuidora Angel Studios tenha negado qualquer ligação, Tim Ballard, fonte de inspiração da obra, e seu intérprete nas telas, Jim Caviezel, são apoiadores do movimento há anos. Organizada em 2017, a organização conspiratória afirma que a esquerda financia uma rede secreta de tráfico de crianças e as utiliza em diversas situações, variando de tráfico sexual a rituais satânicos.

Som da Liberdade não toma nenhum partido político em meio aos seus 131 minutos de duração, mas a repercussão foi bastante unilateral em termos de política, o que o fez ser considerado “MAGA-friendly”, ou seja, simpatizante do movimento liderado por Donald Trump. Além do próprio ex-presidente elogiar o filme, antigos associados seus, como Ted Cruz e Tom Scott, fizeram o mesmo.

Som da Liberdade: diretor recusa associações políticas

Em entrevista à Variety, o diretor Alejandro Monteverde afirmou ficar incomodado com a redução de seu filme à esfera política ou a algum lado partidário. “Tudo o que eu queria era apresentar uma questão sobre o problema: tráfico humano, tráfico de crianças, exploração sexual infantil. O quão ruim o problema é. Nós gravamos o filme em 2018. Em 2019, estava completamente pronto”, disse o cineasta.

Dessa forma, Monteverde rotula as comparações e associações políticas como “algo rídiculo”, especialmente quando o assunto é o movimento QAnon. O diretor citou o início do projeto como sendo 2015, dois anos antes da organização surgir na internet.

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